De repente, no piscar dos olhos, a vida gira. O sentido nem
sempre é aquele que calculamos ser o melhor, o mais firme e o mais prazeroso ou
confortável. Dessa forma, em face dos riscos não serem calculados
antecipadamente, em muitas vezes somos surpreendidos. Essa surpresa na sua
essência pode ser boa ou má. Mas a verdade é que a enxergamos da forma como
queremos enxergá-la, buscando uma satisfação pessoal e não analisando sua real
condição.
Obviamente o que mais satisfaz o ser humano são situações
favoráveis a si, confortantes em sua plenitude. Mas e se o homem não passar por
situações adversas? Como será o comportamento de alguém que nunca tenha lidado
com algum tipo de dor, sofrimento ou algo do gênero? Dá pra confiar cem por
cento numa pessoa assim?
Fato é que, para crescer é necessário driblar e enfrentar os
desafios impostos pela vida. As adversidades foram criadas justamente para
serem superadas. Os que as superam, se tornam pessoas mais completas, humanas,
dedicadas com as coisas mais simples da vida e, talvez, as mais fascinantes.
Superar as adversidades não é tarefa destinada somente aos fortes.
Até porque, o conceito de força nesse caso é relativo demais. Existe o ser
forte no corpo, mas com alma e mente fracas. Existe o inverso, ou seja, o ser
de mente e alma duras como rochas, mas fraco na essência de seu físico. E aí
surge a indagação: Quem é o ser capaz de superar as próprias adversidades ou os
próprios desafios? Se eu tivesse que apontar uma só resposta, diria que é o ser
que consegue se superar. Aquele capaz de lidar com suas limitações, sejam elas
físicas, emocionais, sociais, pessoais, entre outras e ainda assim
ultrapassá-las como se elas nunca tivessem existido.
Como foi mencionado no começo desse texto, a vida gira e nos
prega peças as quais nem sempre estamos preparados para o papel principal.
Ficamos com o secundário, talvez com uma pequena figuração. Mas é justamente
nessa hora que surge o forte capaz de se auto superar e “roubar” a cena, tomar
pra si a diretriz do espetáculo.
A lágrima do derrotado num primeiro momento é doída, mas não
deve servir como troféu de seu insucesso. Ao contrário, deve ser entendida como
o trampolim para a conquista do objetivo. Como mais um degrau para chegar ao
topo de onde se quer chegar. Ela limpa a alma e retira o sofrimento, mas tem
tempo de vida curto. E assim deve ser! Chorar faz bem e faz parte, mas passado
o seu tempo de cura, a lágrima se transforma em âncora, fazendo a pessoa
somente submergir, afundar em seu próprio sonho.
Mais uma vez a figura do forte prevalece. Aquele que limpa
sua alma e lubrifica seu coração consegue seguir em frente e se superar. O
outro, aquele que amargura, rechaça sua própria dor, se aprofunda em sua
própria enchente, seu próprio tsunami e conseqüentemente, morre afogado em suas
lágrimas.
Dor nada mais é do que uma sensação de perda, de impotência,
de automutilação. E para cada tipo de dor, existe um tipo de cura ou de
remédio. Mesmo para a dor da alma, aquela que te pega de jeito, te deixa
perplexo, sem vontade de continuar. Para essa dor, a cura está na força, força
interior que somente os “fortes” são capazes de produzir.
Portanto, quando cair, ainda que sentado ou de joelhos,
jamais se curve a si mesmo. Levante-se, ainda que morosamente, erga sua cabeça,
bata em seu peito e eleve sua consciência para, naquele momento se superar e
ter a certeza que ali nasceu mais um ser forte, capaz de enfrentar toda e
qualquer dificuldade que o espetáculo chamado vida possa vir a lhe impor.
Autoria: Leandro Martins.
Lee, muito bons seus textos, principalmente esse, e como dizem por aqui vc "manja dos paranauês" de tocar o leitor e traze-lo pro texto. Sempre que possível passarei por aqui olhar as novidades, continue. ;)
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